segunda-feira, 15 de julho de 2013

EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA É TEMA DO I CONGRESSO DE PESQUISADORES/AS NEGROS/AS DA REGIÃO SUL

Encontro discutirá ações desenvolvidas nos 10 anos da lei 10.639/03.


Pelotas. Nos dias 24, 25 e 26 de julho de 2013, acontece no IF-Sul Pelotas - Campus Praça Vinte de Setembro, o primeiro Congresso de Pesquisadores/as Negros/as da Região Sul. São 15 universidades e um IF dos três estados do sul do país, e movimentos de luta negra unindo forças para o debate sobre as políticas de promoção de uma educação antirracista.

Diáspora africana, Pós-abolição, Políticas de promoção de igualdade etnico-raciais, Mídia e Negritude, Religiosidades e Identidades negras... São muitas as temáticas que permeiam esse universo recente de pesquisa. Dos primeiros povos africanos escravizados até sua recente condição de libertos são 125 anos de liberdade em comparação a quase quatro séculos de escravidão. Ou seja, faz pouquissímo tempo que se abriu espaço dentro do saber acadêmico para a discussão dos problemas raciais no mundo.

O objetivo do encontro, segundo a coordenadora a APBN, Georgina Helena Lima Nunes é promover o encontro de pesquisadores/as negros/as da Região Sul do Brasil e países do Cone Sul. Além de salientar o debate em torno da lei 10639/03 e da educação sobre as relações étnico-raciais no sentido de apresentar, avaliar e propor novas ações direcionadas à população negra através de produções científico-acadêmicas e saberes vivenciais.

Por mais de 30 anos, concomitante ao processo de democratização do país, existe o esforço de diferentes atores em gerar espaços como o COPENE, onde estudiosos e militantes se empenham em dar seguimento à pesquisas sobre estudos africanos e afro-brasileiros nas mais diversas áreas. A ABPN, Associação de Pesquisadores/as Negros/as, promove desde 2000, a cada dois anos, o Congresso Brasileiro de Pesquisadores/as Negros/as. E no encontro do ano passado, ocorrido em Florianópolis, surgiu a iniciativa, para 2013, que cada região organizasse um COPENE para discutir pautas e demandas desse recorte territorial.

A estratégia de começar a intercalar os encontros nacionais com encontros regionais tem um propósito. “A regionalização do COPENE vai ao encontro das ações que efetivam a aproximação das fronteiras que distanciam o bom aproveitamento dos diversos tipos de pesquisas do fazeres e saberes que permeiam as relações interpessoais do processo de ensino-aprendizagem”, diz a professora Georgina Nunes.

São alguns os nomes de destaque que participarão do I COPENE SUL: Professora Zélia Amador de Deus, da Universidade Federal do Pará, e também fundadora do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará; a professora Beatriz Santos, coordenadora da Unidade Temática pelos Direitos do Afrodescendentes de Montevidéu; a professora Terezinha Juraci Machado Silva, da Universidade Nacional de Assunção e o professor Marcos Corizzo, coordenador do Instituto de Culturas Aborígenes de Córdoba – Argentina.
Se você ficou interessado em participar as inscrições para ouvintes custam 20 reais, e vão até o dia do evento. O site para inscrição é o http://social.ucpel.tche.br/copenesul/.


Abaixo confira a programação.

Abertura (24/07)
14h: Reunião de NEABIs

20h. CONFERÊNCIA: Tema: Historicidade da lei 10639/03 e o papel do/a intelectual negro/a na educação.
Prof. Dra. Petronilha Beatriz G. Silva (UFSCAR)

(25/07)
8h às 10h: Comunicações

10h às 12h: Painéis

13:30 às 15:30: Passeio Histórico por Pelotas

16h às 18 h: MESA: Trajetória da produção de conhecimento negra na Região Sul do Brasil e a pesquisa no âmbito das relações étnico-raciais  como potencializadora  para implementação da lei 10639/03
    Prof. Dr. Paulino de Jesus  Francisco Cardoso (UDESC)
    Prof. Roberto Santos (ULBRA)
    Profa. Dra. Zélia Amador de Deus (UFPA)

20h: DEBATES:
História e cultura africana e afro-brasileira: diálogo entre as fronteiras legais e pedagógicas  e   desafios frente as conquistas obtidas
Ms. Dora Bertúlio (AGU)
Profa. Beatriz Santos (CoordinadoraUnidad Temática por los Derechos de los Afrodescendientes Intendencia de Montevideo /UTDA - IM)
Prof. Dr. Jean Batista (FURG)


26/07
8h às 12h: Comunicações

13:30 às 15:30: Oficinas
Correlato às oficinas: Encontro das Organizações Negras RS, SC, PR (articulada por CODENE RS)

16h às 18 h: PAINEL:  Lei 10639/03 para além das fronteiras da educação
Profa. Dra. Aline Cunha (UFRGS) -  Lutas em relação às questões de  gênero e especificidades da mulher negra;
Prof. Ms. Marcos Silva (NEN/SC)-  Luta para inserção no mercado de trabalho  através de um  reconhecimento identitário-político que a lei 10639/03 propicia;
Profa. Dra. Marta Messias - (Unipampa /Uruguaina)/
Luta para colocar a arte negra (linguagens artísticas e corporais, elementos para além da performance) como instrumento/metodologias  políticas para além da escola;
Profa. Dra. Sonia Marques - (Unioeste)
Luta pela questão da regularização fundiária em territórios de quilombos;

20 h.: MESA:  História, cultura africana, identidades  e  diálogos fronteiriços: desafios de uma luta antirracista
Profa.  Dra. Dina Picotti  ( Directora Instituto de Pensamiento Latinoamericano y Directora del doctorado de Filosofía del mismo claustro)
Prof. Marcos Corizzo (Lic. Marcos Carri Coordinador de la cátedra Libre de Estudios Afroamericanos del Instituto de Culturas Aborigenes de Córdoba)
Profa. Ms. Terezinha Juraci Machado da Silva (UNA - Universidade Nacional de Asunción, Paraguay - Leitora do MRE, no Colégio Experimental Paraguay-Brasil )

22 h: Festa de Encerramento


Ouça o aúdio de chamamento para o Evento!!!

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Participe você também do III Agosto Negro

Participe do III Agosto Negro, clique no link abaixo para ter mais informações.

http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=4639873729353887049#editor/target=page;pageID=7556904064627770161


Objetivo
O Agosto Negro surgiu na década de 70 nos Estados Unidos com o objetivo de durante um mês levar as pessoas a uma reflexão acerca da discriminação e da desigualdade de direitos entre negros e brancos.
Além disso visa a difusão dos Movimentos de Luta Negra, em memória aos vários militantes presos e assassinados em prol do respeito e a dignidade do povo negro.
Aqui no Brasil, no ano 2000, São Paulo foi a primeira cidade a organizar atividades de difusão e emancipação da cultura afro-brasileira relativas ao Agosto Negro. Em Pelotas, partimos para a organização da terceira edição, a qual a temática será “Mobilizando a Negra Luta”.
A proposta é que sejam oferecidas à comunidade pelotense, entre os dias 16 e 31 de agosto, atividades descentralizadas, podendo permear ações de empoderamento e autonomia através da arte, saúde, educação e economia solidária.
A atividade não visa fins lucrativos, logo, todo dinheiro arrecadado para a organização desse evento será destinado à compra de materiais para as oficinas. Contamos com o trabalho voluntariado daqueles que são e se fazem parceiros na luta antirracista.


http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=4639873729353887049#editor/target=page;pageID=7556904064627770161

Primeiro encontro na reitoria sobre o processo de Cotas(#FORUM COTASSIM)

UFPel recebe representantes do Fórum COTASSIM

18 de Janeiro de 2013

cotassim.JPG O reitor da UFPel, Mauro Del Pino, e membros da gestão receberam, na tarde desta quinta-feira (17), os representantes do Fórum COTASSIM, coletivo que reúne diferentes entidades e movimentos sociais locais.
A visita teve o objetivo de discutir a aplicação da Lei 12.711, de 29 de agosto de 2012, e o número de cotas ofertados na última seleção da UFPel realizada através do Sistema de Seleção Unificada (SiSU) que, de acordo com o Fórum, não condiz com a proposta elaborada pelo Fórum COTASSIM, apresentada para o Conselho Universitário da Universidade no dia 13 de novembro e posteriormente aprovada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (COCEPE).
O SiSU utilizou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para estabelecer a reserva de vagas étnico-raciais. Segundo o IBGE, o percentual de 16,8% do total da população gaúcha se autodeclara pretos, pardos e indígenas. A proposta aprovada pela UFPel prevê que 40% das vagas sejam reservadas para estudantes que cursaram o ensino médio em escolas públicas, sendo metade destas vagas para estudantes com renda familiar menor ou igual a um salário mínimo e meio per capita e a outra metade para estudantes com renda superior. Estas duas vertentes dividem-se em outras duas metades, uma para estudantes autodeclarados negros, pardos e indígenas e outra para estudantes não autodeclarados. A proposta também conta com a reserva de vagas específicas para indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais.
De acordo com a pró-reitora de graduação, Fabiane Tejada da Silveira, a proposta será colocada em prática nas próximas seleções do SiSU e do PAVE. “Já estamos trabalhando no sentido de garantir que a proposta aprovada pelo COCEPE seja utilizada nas próximas seleções”, disse.
O reitor Mauro Del Pino também garantiu que a proposta será implementada no próximo processo e sinalizou a necessidade de uma investigação científica para a avaliação do sistema de cotas e do processo de adaptação dos alunos cotistas, bem como a criação de uma política de acompanhamento e tutoria com a participação dos integrantes do Fórum. “A investigação torna-se necessária para que as políticas da Universidade estejam de acordo com as reais necessidades da população e de suas camadas excluídas”, disse.
Na sequência foi acertada uma parceria entre a Universidade e o Fórum para a formação de uma equipe com o objetivo de fazer a acolhida dos novos estudantes que fazem a matrícula entre os dias 18 e 22 de janeiro.

Segundo encontro na reitoria sobre as cotas na UFPEL(FORUM COTASSIM)

Encontro na Reitoria discute operacionalização do sistema de cotas sociais

18 de Junho de 2013

dsc09782.JPG Dando sequência às conversas mantidas com o Fórum Cotassim e outros movimentos sociais, para a efetiva aplicação do sistema de cotas sociais na UFPel, compromisso assumido pela atual gestão, foi realizado na segunda-feira(17) novo encontro, desta vez na Reitoria, com a presença dos integrantes do Fórum e das áreas ligadas à Graduação e Assistência Estudantil.
dsc09786.JPG Na reunião, o reitor Mauro Del Pino fez um relato sobre o andamento do processo de implantação do sistema e justificou as dificuldades até aqui verificadas, mas que começarão a ser corrigidas a partir dos ingressos de inverno e, especialmente, na seleção de 2014. Ele descreveu as deficiências de pessoal no Departamento de Registros Acadêmicos (DRA) e a inexistência de uma metodologia para a operacionalização do sistema – situação encontrada pela nova gestão ao assumir a Reitoria, mas que começa a ser solucionada com a contratação de assistentes administrativos concursados e com a realização de uma força-tarefa para a montagem de um banco de dados.
dsc09784.JPG A sistematização dos dados poderá subsidiar relatórios e tabelas e será feita a partir de uma ficha eletrônica com todas as informações pertinentes, que será alimentada pelo próprio aluno ao fazer a matrícula. Também está em elaboração, pelas pró-reitorias de Graduação e de Assistência Estudantil, um conjunto de políticas sobre o tema na Universidade.
Mauro Del Pino explicou que a não destinação de 40% das vagas para cotistas no ingresso de verão deveu-se à inobservância desse percentual pelo próprio Ministério da Educação no Processo de Seleção Unificada (Sisu), o que não deverá repetir-se nas próximas listagens e chamadas orais.
A diretora do DRA, Ediane Cunha, disse que há necessidade de adaptar os currículos, contemplando as diversas culturas étnicas. “Não basta prover ao estudante cotista recursos para compra de materiais pedagógicos se não promovermos sua inclusão social”, afirmou.
O sistema de cotas movimenta também a Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (Prae), que procura atender às novas demandas com um quadro funcional reduzido e limitações financeiras. Mesmo assim, houve aumento no número de programas: auxílio alimentação, auxílio transporte, auxílio pré-escolar, instrumental odontológico, auxílio moradia, moradia estudantil e auxílio deslocamento.
É consenso na UFPel a existência de políticas afirmativas em relação às comunidades minoritárias ou socialmente excluídas, como quilombolas e indígenas. Também é urgente um sistema de acompanhamento dos estudantes, pois é grande o índice de reprovação por mau aproveitamento escolar.
O ingresso na Universidade
No encontro, os representantes do Cotassim descreveram ações buscando garantir os percentuais mínimos de ingresso na UFPel e que a reserva de vaga se mantenha até a última etapa.
De sua parte, o reitor Mauro Del Pino tranquilizou o grupo ao fazer uma minuciosa exposição sobre a forma como a seleção se processará doravante. Deixou claro que os alunos cotistas poderão ser selecionados de duas formas: pelo sistema universal, se alcançarem o desempenho necessário no Enem, ou, num segundo momento, pelo sistema de cotas sociais.
Outro alternativa, já adotada por outras instituições e que poderá ser implementada pela UFPel, é a criação de vagas suplementares, destinadas a atender segmentos sociais específicos como indígenas e quilombolas. A PRG se comprometeu a fazer um levantamento dos cursos onde poderia haver esta disponibilidade, para, posteriormente, confrontá-la com as demandas dos movimentos sociais. Entretanto, as tratativas deverão seguir todas as instâncias de discussão no âmbito da Universidade.
Ao final do encontro, foi acertado o estabelecimento de uma agenda de trabalho entre o Fórum e a UFPel, coordenada pelo Núcleo de Apoio e Inclusão (Nai) e envolvendo outras áreas da Universidade, bem como a elaboração de materiais de divulgação junto a escolas da rede pública estadual e municipal sobre a política de cotas da instituição.

terça-feira, 2 de julho de 2013